Bem ou mal, tudo o que aqui está escrito é da autoria de naomedeemouvidos, salvo citações e/ou transcrições devidamente assinaladas, embora, alguns textos "EntreLetras" se baseiem em lendas ou histórias conhecidas.
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Começa assim: “Clayton Morris era apresentador da Fox News e é suspeito de montar um esquema semelhante ao da Dona Branca. Acossado com dezenas de queixas em tribunal, refugiou-se em Portugal”. E até rima.
Se for o caso, parece bastante apropriado, tendo em conta que, nos EUA, Bernard Madoff cumpre uma pena de 150 anos pela maior burla do género, viu um dos filhos suicidar-se vergado pela infâmia e o outro morrer de cancro acusando o pai de ser o responsável pela degradação do seu estado de saúde.
Portugal será o melhor país do mundo também para impedir maçadas do género. Acabo de ouvir, e ler, que, afinal, parece não haver indícios que possam configurar eventual gestão danosa no que diz respeito aos problemas (haveremos de encontrar uma palavra melhor) de gestão e créditos que geraram as perdas ruidosas de que se fala na Caixa Geral de Depósitos.
Não só a culpa tem o hábito de morrer solteira, como as más contas parecem casar bem com a crise financeira internacional. Há coincidências de que nem o diabo se lembra.
Ainda chegaremos a potência mundial no alojamento local de gente elegante, brilhante e instruída, sem tempo nem paciência para as minudências dos tribunais. É certo que temos, dizem, um problema de invejas incontidas, de tempos a tempos, contra gente com imenso sucesso e botões de punho, mas parece não fazer grandes estragos.
Se Clayton Morris prolongar a estadia, talvez se livre, pelo menos, das suspeitas. Imprudente, sim, danoso, nunca.
As duas mulheres conversam ao balcão, enquanto tomam café e mordiscam uns bolinhos em miniatura, daqueles que nos cabem na boca de uma dentada que, a princípio, nem chega a sê-lo. A confeitaria tem um daqueles sistemas de cartões magnéticos onde alguém atento e competente, tem dias, regista os nossos miseráveis pecados da gula, para que, a seguir, os possamos expiar convenientemente naquela espécie de caixa registadora moderna, mesmo ali ao lado.
O ridículo deste sistema, neste local exacto, é que, frequentemente, a pessoa que, ao balcão, nos entrega o irremediável e enfadonho cartão é a mesma que, três ou quatro curtos passos à esquerda, nos há-de cobrar a penitência. Por acaso, nem era o caso, nesse dia. O caso é que, quando as mulheres se aperceberam que deveriam prestar contas a menos de dois metros do sítio onde estavam, já a fila de condenados se estendia por mais do que isso. Confrontados, umas e outros, com o assunto, houve quem mostrasse que não se incomodaria em ceder-lhes passagem. Afinal, já estavam ao balcão. O facto de, no momento, estarem a fazer o mesmo que faziam outros tranquilamente sentados nas mesas, e o mesmo que nós já tínhamos feito antes de nos alinharmos nas suas costas despreocupadas não parecia espantar ninguém, muito menos, demovê-los das graciosas intenções. De modo que, as duas foram recusando a simpatia. Até acabarem a degustação. Aí, tiveram, então, a amabilidade de informar a senhora que esperava exactamente à minha frente que, nesse caso, se colocariam atrás dela, com a licença de uma e a certeza de outra, de modo a liquidar a sua continha e a minha escassa paciência para subtilezas superlativas mas muito pouco absolutas, se não estou bem para aí virada. Há coisas muito mais importantes, e há dias em que não me apetece passar por parva.
Idade - Tem dias.
Estado Civil - Muito bem casada.
Cor preferida - Cor de burro quando foge.
O meu maior feito - O meu filho.
O que sou - Devo-o aos meus pais, que me ensinaram o que realmente importa.
Irmãos - Uma, que vale por muitas, e um sobrinho lindo.
Importante na vida - Saber vivê-la, junto dos amigos e da família.
Imprescindível na bagagem de férias - Livros.
Saúde - Um bem precioso.
Dinheiro - Para tratar com respeito.
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