Bem ou mal, tudo o que aqui está escrito é da autoria de naomedeemouvidos, salvo citações e/ou transcrições devidamente assinaladas, embora, alguns textos "EntreLetras" se baseiem em lendas ou histórias conhecidas.
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Na mesa ao lado, uma mulher adulta e uma adolescente, ou quase, almoçam sem trocar uma única palavra; eventualmente, quando a mulher se levanta antes de se dirigir à casa-de-banho e pergunta não sei o quê, que a miúda "responde" num resmungo, sem desviar os olhos do smartphone, que extraordinária ironia. Não sei exactamente porquê - por ser o esperado, talvez, dentro dos juízos que acabamos por fazer - imagino-as mãe e filha.
Alheia a tudo, excepto ao que lhe prende avidamente a existência mesmo ali à frente, no telemóvel apoiado na garrafa de sumo que também se esvazia sem glória, a miúda devora o hamburguer com a mesma sofreguidão com que atenta ao écran. A mãe ainda não voltou e reparo que, entre conversas, o meu filho vai olhando, discretamente, para a mesa das duas. Só quando voltamos para o carro lhe pergunto pela curiosidade. "Nada, estava a ver aquela senhora e a menina...não falavam...". E acabo por deixar escapar um "é verdade, é um pouco triste". "Para quem, para a mãe ou para a filha?" (pensou o mesmo que eu, afinal), pergunta-me, com aquela desfaçatez que, tantas vezes, ainda me apanha desprevenida.
Na verdade, não sei bem...
Idade - Tem dias.
Estado Civil - Muito bem casada.
Cor preferida - Cor de burro quando foge.
O meu maior feito - O meu filho.
O que sou - Devo-o aos meus pais, que me ensinaram o que realmente importa.
Irmãos - Uma, que vale por muitas, e um sobrinho lindo.
Importante na vida - Saber vivê-la, junto dos amigos e da família.
Imprescindível na bagagem de férias - Livros.
Saúde - Um bem precioso.
Dinheiro - Para tratar com respeito.
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