Bem ou mal, tudo o que aqui está escrito é da autoria de naomedeemouvidos, salvo citações e/ou transcrições devidamente assinaladas, embora, alguns textos "EntreLetras" se baseiem em lendas ou histórias conhecidas.
Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Parte 1
O título, “roubei-o” ao meu ex-professor de Química Orgânica, o professor Carlos Corrêa. Aqui há uns, com muito mais graça (é um homem de Barcelos, com um sentido de humor ligeira e voluntariamente cáustico), o professor Carlos Corrêa insurgia-se contra o uso indiscriminado- e, muitas vezes, ignorante- da expressão “substâncias químicas”, num delicioso artigo intitulado “Maldita Química”. Alertava, então, o professor para o “pânico” que gera, entre os leigos, o abuso da expressão, sem cuidado nem rigor, enquanto lembrava que, assustadoramente (ou talvez não…) ingerimos a “substância química” água, respiramos a “substância química” dioxigénio, digerimos os alimentos à custa da “substância química” ácido clorídrico, que o nosso organismo produz naturalmente e todo o nosso organismo, como tudo o que nos rodeia, natural ou artificial, é uma miscelânea de perigosíssimas “substâncias químicas”, do carbono ao ferro, do ácido ascórbico à vitamina C, sendo que, as duas últimas, são a mesmíssima coisa, com nomes diferentes (e, só isso, faz toda a diferença, não é?)
Vem isto a propósito dos maus resultados que os nossos alunos, em geral e infelizmente, vão apresentado nas provas nacionais, quase independentemente do nível de escolaridade, e com maior incidência nas ciências (no Português também). Os mais recentes dizem respeito às provas de aferição.
O tema interessa-me, e preocupa-me, porque escolhi, há anos!, fazer do meu trabalho a preparação de alunos do ensino secundário para as provas nacionais de “Física e Química” e “Matemática”, talvez as mais (injustamente) terríveis e (decididamente) temidas de todas as provas!
A primeira dificuldade com que me deparo, neste meu trabalho, reside, precisamente, na necessidade de “limpar” aquelas cabecinhas de todos os preconceitos enraizados e conceitos errados que pululam o imaginário daqueles adolescentes, influenciados e influenciáveis, e que condicionam, fatalmente, a ideia que fazem destas ciências: são matérias difíceis, só ao alcance de alguns, leia-se, génios.
Grande parte do insucesso a estas disciplinas está, não tenho dúvidas, relacionado com ideias pré-concebidas que aprisionam a química, a física e a matemática nessa espécie de personificação do bicho-papão, levando muitos, demasiados, alunos a pensar que só as mentes mais brilhantes e iluminadas são capazes de entender minimamente os conceitos explorados nestas matérias.
Quando consigo que a “limpeza” seja eficaz, os alunos passam do “não percebo nada disto” para o “mas isto é assim tão simples?”. E, quando os mais desencantados me atiram com um semi-desinteressado “a M. ainda me vai fazer gostar disto…”, aí sinto que o meu trabalho vale mesmo a pena e volto a casa com a alma cheia de dever cumprido!
(continua…)
Idade - Tem dias.
Estado Civil - Muito bem casada.
Cor preferida - Cor de burro quando foge.
O meu maior feito - O meu filho.
O que sou - Devo-o aos meus pais, que me ensinaram o que realmente importa.
Irmãos - Uma, que vale por muitas, e um sobrinho lindo.
Importante na vida - Saber vivê-la, junto dos amigos e da família.
Imprescindível na bagagem de férias - Livros.
Saúde - Um bem precioso.
Dinheiro - Para tratar com respeito.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.